Data de publicação: 21/07/2009
À primeira vista o novo espectáculo do Blue Man Group (Grupo do Homem Azul) é um show musical conduzido por três homens de cabeça e mãos azuis vestidos de negro, que tocam e usam a mímica para ultrapassar sucessivas propostas cénicas algo inusitadas.
“How to Become a Megastar” – que significa “Como se Tornar Numa Mega Estrela” – é, na verdade, um original conceito de concerto de música rock, conduzido por três percussionistas de rosto opaco, legendado, comentado e com pretensões a entusiasmar o público de uma forma inovadora.
Trata-se de mais uma invenção norte-americana em matéria de show em que os artistas fazem e “decoram” a sua música com uma série de truques e pequenos eventos, mais ou menos sofisticados, que se amplificam em ecrãs gigantes.
Tanto os adereços como as roupas misturam uma vertente algo futurista com situações inesperadas (tais como filmar e projectar o interior da garganta de um dos espectadores da fila da frente) revelando-se o show particularmente colorido e iluminado com verve e maestria. A parte tecnológica do espectáculo é assertiva, ao contrário do conteúdo que se perde por uma proposta que, apesar de interactiva, parece pecar pela debilidade do conteúdo. A ideia de fazer o público participar na plateia, obrigando os espectadores a seguir algumas linhas “programáticas” e instruções específicas mostradas em enormes painéis, é interessante por encerrar algum humor. A construção (e desconstrução) de uma aura de estrelado nos artistas nem sempre funciona a 100% e a atmosfera massificada do “concerto perfeito de rock” esbarra num público que é levado a comportar-se como se estivesse em presença de um jogo de futebol.
Esta é, seguramente, a maior qualidade e o pior defeito deste trabalho que, por vezes, resulta numa mistura de espectáculos dos “Stomp”, apresentações teatrais do filme “Rocky Horror Picture Show” e de concertos de Madonna!